No alto da Serra Grande, entre paisagens de tirar o fôlego e memórias que atravessam gerações, está a Serra da Juliana, localizada no Sítio Brejinho da Serra, em Petrolândia, no Sertão de Pernambuco. O lugar, além da beleza natural, carrega uma história viva de ancestralidade e resistência.
O nome da serra homenageia Índia Juliana, uma figura marcante da região. Conta-se que ela foi levada para viver com um homem da comunidade, junto com sua mãe. Apesar da tentativa de adaptação, a mãe de Juliana constantemente fugia de volta para a mata, sendo encontrada diversas vezes dormindo sentada entre os galhos — como se estivesse sempre em estado de alerta.
Percebendo que Juliana não se adaptava à vida comum da vila, o homem decidiu construir para ela uma casa no alto da serra, em frente ao Brejo dos Padres. A área tinha água, foi cercada, recebeu gado e teve o terreiro limpo. Assim, isolada e livre, Juliana pôde viver conforme seus costumes, cuidando da terra e liderando rituais de toré, prática tradicional dos povos indígenas.
Nos fins de semana, o terreiro da índia Juliana se transformava em ponto de encontro. Moradores do Brejinho subiam a serra para brincar, dançar e celebrar a cultura ao som do toré, sob a liderança daquela que hoje dá nome à serra.
A Serra da Juliana, além de patrimônio natural, é um símbolo da força feminina indígena e da conexão entre natureza, fé e tradição que ainda ressoa no Brejinho da Serra.
